quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Israel - Dia 6 - Shuk e Muro das Lamentaçoes

Como diria o @realwbonner, BOA NOITE!

Chegou um dos dias que eu mais esperava quando vim para ca: O dia em que eu fui ao Muro das Lamentaçoes!
Como disse no fim do post do dia 5, o Rabino Dani conseguiu para nos um passeio guiado pelas escavaçoes israelenses ao redor do Muro do Lado Oeste. E é natural que um turista, como eu, tenha muita vontade de conhecer esse lugar e um pouco de sua historia. Mas, o Rabino fez questao de que fosse à noite, pois é muito mais bonito! A intençao era ir ao Mar Morto na manha dessa quarta-feira, mas como o Abuelito estava com as pernas ainda moles dos esforços que fez no dia anterior, resolvemos nao ir. Entao, de manha fomos ao Shuk, que é o Mercado Municipal daqui e o Abuelito ficou em casa descansando!

O Shuk tem a aparencia de um tipico mercado municipal, cada um com a sua banca, que acabam transformando em lojinhas (ao melhor estilo judeu) e vendem de tudo. As bancas de comida e peixes sao as mais disputadas. Quando falamos em comida, lembrem-se que eles vendem os produtos regionais, ou seja, muita variedade de azeitonas, castanhas, sementes de abobora, de girasol, de melancia e mais um monte delas, frutas secas de todas que voce possa imaginar, enfim, uma imensidao de coisas gostosas que fazem um gordo como eu se sentir no ceu!
Havia também bancas de Halwa, que é um doce feito com Tahine (pasta de gergilim temperada) e mel. Halwa esta na lista dos melhores doces do mundo docistico na minha opiniao! Nao sou viciado em doces, mas Halwa nao da pra negar!
Nas bancas de peixe, que eu particularmente detesto heheheh, encontram-se muitos peixes que eu nem havia ouvido falar, outros que so ouvi falar, e outros que acho que conheço mais. O Arenque, por exemplo, so de nome eu conhecia, e descobri que é um peixe de couro dourado, dourado como tivesse sido folhado a ouro, bonito de se ver, e pra mim so. Vendem uns peixes vivos também, que eu acredito ser por algum costume local, ou apenas pra provar que sao frescos, vai saber...
Além disso, muitas bancas de quinquilarias, presentinhos e lembranças, onde eu aproveitei pra comprar mais algumas coisinhas pra levar. Tinha uma especializada em Kipas, e até Kipa do Yankees tinha, mas essa estava muito cara 50 shekels, algo como 25 reais.
Ali no shuk também fica a banca que vende o melhor falafel de Jerusalem! Compramos um falafel para cada um e trouxemos para casa para almoçar. Estava maravilhoso!

Durante a tarde ficamos em casa, e cada um apagou de um lado, todo mundo com sono por causa da noite anterior! Acabei nao escrevendo os posts ontem por causa disso! Logo chegou a hora de ir ao Muro das Lamentaçoes, ou Muro do Lado Oeste!

Chegamos la um pouco antes das 19:30, conforme havia combinado o Rabino Dani com o pessoal de la. Uma olhada rapida pelo lado de fora e ja nos indicaram que tinhamos que acelerar o passo pra juntar-mos ao grupo que estava começando o passeio guiado pelas escavaçoes ao redor do muro.
A historia do Templo de Herodes, que consistia no lado de dentro do muro, onde esta hoje a esplanada das mesquitas, é um pouco longa, e confesso que nao saberia explicar melhor que o pessoal que escreveu na Wikipedia, entao coloco aqui abaixo uma parte do artigo sobre o muro:

O Muro das Lamentações, ou Muro Ocidental, (Qotel HaMa'aravi הכותל המערבי em hebraico), é o local mais sagrado do judaísmo.

Trata-se do único vestígio do antigo templo de Herodes, erigido por Herodes o Grande no lugar do Templo de Jerusalém inicial. Foi destruído por Tito no ano de 70. Muitos fieis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da sua reabilitação por Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local servia de depósito para incineração de lixo.

Os restos que hoje existem datam da época de Herodes o Grande, que mandou construir grandes muros de contenção em redor do Monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se designa como a Esplanada das Mesquitas.

O lugar é mais do que impressionante, e conforme voce vai entrando às escavaçoes, parece que os 2000 anos de historia ali presentes sentam-se no seu ombro e ficam. é impossivel caminhar por ali e nao admirar a estrutura que o lugar tinha, ainda mais se considerar a epoca em que foi construido.
Como disse o guia, "Mas por que o muro do lado oeste? Por que nao qualquer outro lado?", simples, "porque o muro do lado Oeste é o que estava mais proximo do Primeiro Templo de Jerusalém!". Confesso que sempre me perguntei o porque disso, e dessa vez obtive a resposta in loco!
Essas escavaçoes sao ao lado do muro, pela parte externa, e foi descoberto, que a parte aparente do muro, onde todos vao fazer as suas oraçoes e deixar os seus pedidos, nao passa de uma pequena parte do muro original. Ta, isso ja era sabido a muito tempo, mas foi nos anos 60 que descobriram que para baixo também tinha muro. Entao começaram a pesquisar, e descobriram que a cidade antiga de Jerusalem, pelo lado oeste do templo de Herodes, esta toda elevada da altura do solo original. Os habitantes fizeram isso para que pudessem estar o mais proximo possivel do primeiro templo de Jerusalem, e ao mesmo nivel de solo. Para isso, construiram um sistema de arcos sobrepostos para que servissem de fundaçao para a construçao das casas no patamar superior!
Vale ressaltar a estrutura que os Israelenses criaram ali para preservar a memoria dos seus antepassados e garantir que todos tenham acesso a essas informaçoes. Tudo muito bem cuidado, organizado, guias extremamente familiarizados com o assunto, divertidos e com um ingles que se deixa entender muito bem!
Apos passarmos por um pequeno trecho de corredores estreitos, chegamos à primeira sala onde o guia explicou o sistema de arcos, e no chao dessa sala mostrava uma "janelinha" que dava pra ver a altura que estavamos do solo, 14m!
Depois nos encaminhou para um mini anfi teatro, com uma maquete enorme no centro com a réplica do Templo de Herodes como era na época da sua construçao! A maquete toda automatizada vai mudando para mostrar, conforme a época, como era o lugar, até chegar ao ponto que conhecemos. Nas fotos voces verao uma que tem essa maquete, com uns leds acessos no muro. Esses leds delimitam, proporcionalmente, a area do muro que é hoje a area de oraçoes. Infelizmente somente ate aqui era possivel vir com a cadeira de rodas, entao a Tia Jacqui ficou com o Abuelito na praça em frente ao muro esperando-nos voltar.
Saindo dai chegamos a uma escadinha que dava de frente ja para a parte do muro onde fica a Grande Pedra. Uma pedra de 18m de comprimento, por 3,5m de altura e 4,5m de espessura. Pesa aproximadamente 5.070 toneladas, o equivalente a 200 elefantes asiaticos. Acredita-se que essa pedra foi talhada no local, e suspensa por um sistema de polias.
Justamente ao lado dela, os romanos, quando invadiram Jerusalém, construiram uma piscina, que separava os banheiros da area de convivio, e os furos que podem ser vistos nas fotos serviam como uma especie de apoio para a junçao da parede da piscina com o muro. Restos da parede da piscina ainda estao ali, e pelas marcas da pra ter uma ideia do tamanho que tinha.
Outra coisa que foi dita, é que quando construiu o templo, Herodes criou uma rua que passava colada ao muro, e para que os caminhantes nao tivessem a sensaçao de que o muro iria cair sobre eles, cada pedra, além de chanfradas, era colocada sobre a outra com 2cm de diferença para dentro, ou seja, o muro era levemente inclinado.
Seguimos entao andando ao lado do muro, indo sentido norte, com o muro à nossa direita. Ali era possivel ver claramente esse deslocamento de 2cm que o guia citou. Cada vez que eu tocava uma daquelas pedras, a sensaçao era indescritivel. Como eu disse antes, nao da pra ignorar 2000 anos de historia!
Chegamos entao à Entrada do Templo da Montanha, ou Temple Mount, ali, durante muitos anos, por ser uma das entradas ao Primeiro Templo de Jerusalém, funcionou a maior cinagoga de Jerusalém. Até que durante a invasao romana, foi selado com uma parede de pedras.
Um pouco mais adiante fica a pedra oposta ao Templo, que é o ponto mais proximo ao local onde ficava a arca com as leis judaicas dentro do Templo, e até hoje é um lugar sagrado dos judeus, onde vao sempre rezar em ocasioes especiais. O Asher foi um dia antes do seu casamento rezar ali.
Fomos adiante por um tunel que nos levou ate outra sala onde haviam duas colunas. Essas colunas mostram que neste local existia um comercio ou algo assim. O guia explicou que esta tao perto do muro porque os viajantes que chegavam queriam fazer uma oferenda, e que provavelmente essa loja vendia oferendas para que eles pudessem comprar e fazer suas oraçoes.
Depois nos conduziu até uma sala onde passaram uma animaçao que explicava como moviam as pedras para seus locais, usando rodas de madeira nas quais encaixavam as pedras, rolos de madeira que eles colocavam embaixo e iam puxando com bois, e junto com isso, em alguns casos, um sistema de polias para diminuir o peso a ser puxado.
Em seguida nos guiou pelo aqueduto, que abastecia a cidade que eles haviam construido em cima de tudo isso. Ainda é possivel ver as paredes desgastadas pela agua que passava ali.
Terminamos o passeio em um reservatorio de agua que ficava mais em frente, onde o guia encerrou o passeio e nos orientou a voltar pelo mesmo caminho que viemos.

O Tio Henri e eu voltamos até a praça onde encontramos a Tia Jacqui e o Abuelito. Tiramos umas fotos com o muro ao fundo e entramos, os tres homens apenas, para realizar uma oraçao. Peguei um papel e caneta com a Tia Jacqui e escrevi uns pedidos que ja tinha pensado a muito tempo. Fiz uma pequena oraçao à minha maneira e deixei o papel ali junto com tantos outros que ja estavam! Dificil explicar a sensaçao de estar ali!!!!!!!

Israel - Dia 6 - Shuk e Muro das Lamentaçoes


Voltamos para casa, e justamente quando peguei o computador para escrever os posts atrasados, o Asher chegou com a Rachel para buscar uns presentes que estavam aqui e conversar um pouco. Quando eu disse para a Rachel que estava com as fotos do casamento aqui ela ficou louca para ver. Conectamos entao o computador à televisao e fomos passando as fotos e os videos. Fico feliz por ela ter visto as minhas fotos como as primeiras fotos que viu do casamento, pelo menos nao tem com o que comparar hahahahhaa. Ela ficou super emocionada, assim como o Asher. Eu estou muito feliz por ter sido parte de tudo isso!

Era tarde e fomos dormir, o mar morto nos aguardava para a manha de quinta!

Continuem a comentar!

2 comentários:

Unknown disse...

Muito boa a explicação de todo o recorrido dos tuneis. Parabéns! Obrigada por compartilhar dessa forma tão legal.

Unknown disse...

Lindo demais Andre, deve ser muito emocionante estar ali, devem passar mil coisas pela cabeça, estou ate com inveja, mais eh uma inveja santa ok? rsrsrs